quinta-feira, 15 de março de 2018

O antigo prédio do Diario de Pernambuco



O ANTIGO PRÉDIO DO DIARIO DE PERNAMBUCO

Clóvis Campêlo

O impressionante como mesmo abandonado e em ruínas o antigo prédio do Diario de Pernambuco mantém-se belo e imponente.
Segundo matéria publicada no jornal Folha de Pernambuco do dia 5 de janeiro próximo passado, parte da fachada de centenário prédio localizado diante da Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, foi ao chão. Pedaços que compunham uma das janelas do prédio despencaram, segundo testemunhas, no último sábado (30 de dezembro). A Defesa Civil do Recife terminou por retirar pedaços da construção que ameaçavam cair e circundou o local com faixas de segurança para evitar maiores atropelos e consequência.
Mais adiante, na mesma matéria,  o prédio, construído em 1903, funcionou como redação do jornal até 2004. Em 2014, foi divulgada a cessão, pelo Governo do Estado, ao Porto Digital para utilização por 10 anos. Segundo o projeto de lei, o imóvel poderia ser usado para a instalação de empresas de tecnologia da informação e comunicação. Até hoje, porém, o prédio permanece fechado e em processo de decadência acelerado.
Segundo matéria publicada no próprio jornal Diario de Pernambuco, em 20 de novembro de 2014, o prédio foi construído em 1903 pelo então proprietário, o conselheiro Rosa e Silva, para abrigar o decano da Imprensa brasileira, e se tornaria durante o século 20 palco de acontecimentos de dimensão histórica. O edifício tornou-se, no período de Carlos Lira Filho, uma espécie de reduto da intelectualidade. Recepcionou um presidente da República no exercício do cargo e até mereceu um gesto simpático de um integrante da realeza britânica, a rainha Elizabeth, em visita a Pernambuco. Ainda segundo a mesma matéria, o edifício do antigo Diario de Pernambuco foi a sétima sede do periódico, que atualmente funciona no bairro de Santo Amaro, na Rua do Veiga.
Segundo o pesquisador João Braga, no livro Trilhas do Recife - Guia Turístico, Histórico e Cultural,  anteriormente o jornal funcionou na Rua das Cruzes, atual Rua Diario de Pernambuco, em casa que  pertencia ao comendador Manoel Figueiroa de Faria, mas logo depois mudou-se para o prédio onde funcionou até 2004. Em 1913, foi reformado, ganhando mais um pavimento e um relógio que foi adquirido nos Estados Unidos.
Na fotografia acima, feita por nós em fevereiro próximo passado, vale a pena observar em primeiro plano a escultura de Corbiniano Lins, falecido recentemente, em homenagem aos carteiros do Recife e inaugurada em 2005.

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